Prêmio em Fruticultura - UENF.


Doutora formada pela UENF ganha prêmio por pesquisa que tem por objetivo controlar o avanço de virose que afeta a produção de maracujá

Um das maiores limitações para a produção de maracujá no país é a chamada “virose do endurecimento dos frutos”, causada pelo CABMV (Cowpea aphid-borne mosaic vírus). Com um trabalho de pesquisa voltado para a obtenção de genótipos resistentes à doença, a doutora em Genética e Melhoramento de Plantas pela UENF Eileen Azevedo Santos foi a vencedora do Prêmio Jovem Cientista em Fruticultura 2014, na categoria “Doutor”.

Intitulado “Resistência ao Cowpea aphid-borne mosaic virus em espécies e híbridos de Passiflora”, o trabalho é uma parte da tese de doutorado de Eileen, que teve a orientação do professor Alexandre Pio Viana, do Laboratório de Melhoramento Genético Vegetal (LMGV) da UENF. A pesquisa de doutorado deu início ao programa de melhoramento do maracujazeiro-azedo, a partir do cruzamento das espécies P.edulis e P.setacea.

— A obtenção de variedades de maracujazeiro-azedo resistentes à virose do endurecimento dos frutos é um objetivo que pretendemos alcançar a médio prazo — afirma.
Relatada pela primeira vez no Brasil no final de década de 1970, a virose do CABMV tem acarretado graves prejuízos aos produtores de maracujá do país, como redução da produção, da área cultivada e da longevidade do pomar. As plantas acometidas pela virose apresentam mosaico foliar (manchas nas folhas), frutos com pericarpo (parte do fruto entre a casca e as sementes) endurecido e grande redução da polpa. 


Eileen ao lado do seu orientador, professor Alexandre Pio
— As medidas de controle até o momento não foram efetivas o suficiente para controlar ou erradicar a doença dos pomares comerciais. Como não há controle químico, a obtenção de fontes de resistência genética tem sido prioridade nos programas de melhoramento do maracujazeiro-azedo no Brasil — diz Eileen.

Em sua pesquisa, ela confirmou a existência do CABMV em Campos dos Goytacazes (RJ) e avaliou a resistência ao vírus em 178 genótipos de maracujá constituídos por híbridos interespecíficos e seus genitores (P.edulis e P.setacea). Ela também estimou parâmetros genéticos visando à obtenção futura de cultivares de maracujazeiro-azedo resistentes ao vírus. 

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— A pesquisa nos permite concluir que as plantas híbridas consideradas resistentes poderão ser selecionadas e recombinadas com os genótipos de P. edulis e, novamente, avaliadas para a confirmação da resistência ao CABMV, dando continuidade ao programa de melhoramento visando à resistência a este vírus. Os resultados obtidos com esse trabalho avançam para um possível controle do CABMV (via resistência genética) na cultura do maracujazeiro no Brasil — conclui Eileen.


Por: Fúlvia D'Alessandri / Fonte: Blog Ciência da UENF

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